No Dia Nacional do Turismo, entenda a relação de Santos Dumont com as Cataratas
O turismo no Brasil e o Parque Nacional do Iguaçu estão essencialmente ligados ao Pai da Aviação.
“Posso lhe dizer que essa maravilha não pode continuar nas mãos de um particular.” Essa foi a frase dita por Alberto Santos Dumont, o Pai da Aviação, ao conhecer as Cataratas do Iguaçu no início de maio de 1916. A visita ao lado brasileiro do conjunto de quedas, na pequena Vila Iguassú, com dois mil habitantes, foi o pontapé para que hoje, 109 anos depois, as Cataratas estivessem entre os atrativos mais visitados no Brasil e no mundo, e assim, a cidade de Foz do Iguaçu entrasse para o roteiro de milhões de turistas.

Mais do que um inventor, ele foi além, lutou para que o Rio Iguaçu se tornasse sinônimo de beleza, conservação e encantamento para todo o planeta. Logo, se comemora essa conquista hoje, 8 de maio, Dia Nacional do Turismo, previsto em lei desde 2012.
Depois de conhecer o local de perto – e, curiosamente, do alto do Salto Floriano –, ele viajou a cavalo durante seis dias até a sede do governo estadual do Paraná. No dia 8 de maio de 1916, há 109 anos, o aviador pediu que o local fosse público. Isso porque, na época, a área próxima às quedas pertencia a um uruguaio.

A visita
No entanto, a visita que mudaria para sempre a história da cidade de Foz do Iguaçu e da Maravilha Mundial da Natureza não foi planejada. O influente aviador voltava de um evento em Buenos Aires. Passando em Porto Aguirre, na província argentina de Missiones, na fronteira com o Brasil, em direção ao Rio de Janeiro.

Mas, Frederico Engel, dono do primeiro hotel de Foz do Iguaçu, sabendo da sua chegada, organizou uma comitiva para o convidar a conhecer as Cataratas do Iguaçu. As quedas eram chamadas de Saltos de Santa Maria. O encontro foi alinhado com o prefeito da cidade na época, Jorge Schimmelpfeng.
Assim, no dia 24 de abril de 1916, desviando da sua rota inicial, e depois de uma longa caminhada em meio à mata fechada, Dumont chegou e encontrou a maravilha, hoje mundialmente conhecida. Então, declarou que o local deveria ser de uso público. Em 8 de maio chega em Curitiba. Em menos de três meses depois da reunião em Curitiba, em 28 de julho de 1916, o então presidente do Paraná, Affonso Alves de Camargo, publicou um decreto para desapropriar as terras junto às quedas. E então, declarou que na área de utilidade pública se tornasse um parque.

Homenagem
Tal feito foi fundamental para que anos depois, em 1939, se criasse oficialmente o Parque Nacional do Iguaçu. Hoje o local recebe milhares de pessoas, de mais de 170 nacionalidades. O parque atualmente abriga uma estátua de bronze de Dumont em tamanho real, no final da Trilha das Cataratas, em homenagem a essa ilustre personalidade.

Em 1986, 70 anos depois da passagem do aviador, o Parque Nacional do Iguaçu se tornou Patrimônio Mundial da Humanidade. E ainda, em 2011, as Cataratas do Iguaçu viraram uma das Sete Maravilhas Naturais do Mundo, por meio de votação popular.
O Parque Nacional do Iguaçu é mais do que as Cataratas, – é encantamento, é conservação da natureza, é valorização da biodiversidade e da história. Visite a unidade de conservação e explore a riqueza cultural e ambiental envolvida.

Referência nacional
A Lei 12.625, de 2012, instituiu 8 de maio como o Dia Nacional do Turismo. A data defendida pelo Paraná lembra o dia em que Santos Dumont foi à Curitiba conversar com o presidente Affonso Camargo. O Paraná sugeriu, e o Brasil aceitou Santos Dumont como promotor do futuro Parque Nacional do Iguaçu e uma das personalidades do turismo nacional.

Sobre o Parque Nacional do Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu, administrado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), é uma unidade de conservação federal e tem a gestão da visitação turística da concessionária Urbia Cataratas S.A. É um Patrimônio Mundial Natural da UNESCO e uma referência internacional em turismo sustentável.